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quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Vou sumir

Rene Magritte

Vou sumir
 Pra que sintas saudades
Pra que sintas vontade de me ter por aí
Vou sumir
Pra que tenhas assunto
Pra que fales de um tudo de quando não estive aqui
Vou sumir e surgir do obscuro
Pra entrar em teu mundo e te fazer sorrir
Vou surgir como a quem nunca fora

Como quem sempre estivesse aqui
Vou surgir como a quem não quer nada

e te fazer feliz.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Tática de guerra

Arte de Piffard Harold

Eu sei, eu bem que podia dizer que te amo, assim logo de cara.
Mas assim não tem graça
Amar é que nem guerra
Tem que ter estratégia e por a mão na massa

Eu bem que podia dizer o quanto te gosto
E que morro de vontade de guarda esse teu sorriso tímido num pote de vidro
Mas eu até aposto que se contasse todo esse meu intimo
Tu apenas te assustarias e nem sairia comigo

Pois é tem que ser bem pensado, tipo xadrez
Mas no meu caso eu quero ‘mate’ na rainha e não no rei
Tá eu sei que assim é mais complicado
E por sinal mais demorado
Mas o resultado é de bom grado
Bem... Assim eu acho.

Utopia


Sonho com um mundo um pouco mais utópico
 Um pouco? Digo totalmente entregue a utopia
Utópico sem opio,
Pois a realidade é tão triste e fria
Que me sinto quase que obrigado a inventar um mundo só meu

Não inteiramente meu,  porque já conheço algumas pessoas que já vivem em minha utopia
E por isso não é completamente “minha”,
Mas de quem quiser viver nela
Na verdade diria de quem conseguir viver com ela

Pois utopia não é pra qualquer um
Tem gente que fica louco
Eu escapei por pouco
Não de ser louco, mas do mundo.

Do real mundo sabe?
Mas quem disse que é real?
Vai ver a realidade é virtual
Vai ver o mundo real é nada mais que uma mentira
Vai ver? O meu virtual é mais real que sua fantasia

Bem...  mas cada qual com seu mundo, com sua vida
As portas utópicas estão sempre abertas para as visitas
E se a visita gostar da utopia
Pode voltar e ficar pois será sempre bem vinda.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Seu Herói


Ah minha pequena se pudesse te ajudar
Tu não sofrerias nem irias chorar
Tuas lagrimas seriam de alegria
Ninguém te zombaria
Teus dias seriam poesia e jamais ia chorar

Ah minha pequena se eu pudesse te ajudar
Estarias ao meu lado, onde é o seu lugar
 E todo dia iria te acordar com muitos beijos
E dizer que te quero que te venero
E toda a coisa que se diz a quem se ama

Ah minha pequena se eu pudesse te ajudar
Se pudesse te curar com uma vacina
Acabaria com a sina,
Mas não há remédios pra certas dores do coração

Ah minha pequena se eu pudesse te acordar
Dos sonhos que não podem ser realizados
Se eu pudesse te salvar
Das mentiras que viram fatos

Eu seria teu herói
E seria de bom grado
Ah seria sim,
Mas acontece que nem consigo ajudar a mim.

Miséria

Arte de Portinari

Abaixe a cabeça e veja quem estar em baixo
São as vitimas da soberba
São os pobres proletários
Abaixe a cabeça, veja abaixo do baixo
Não há avareza
Há mendigos nas ruas
Há bandidos nos bairros
Abaixe a cabeça, continue, olhe de cima,
Veras apenas, fome, miséria, chacina,

Levante a cabeça, és rico e feliz,
Fingindo que não viste, erguendo o nariz,
Levantas a cabeça, pois tem medo de ser decapitado,
Tem medo de cair e ser enganado
Pois ver que em baixo da pobreza
Há um povo abaixo do baixo.






enquanto o "sempre" não acabar

arte de João Cristino da Silva

Esse querer-te sem me quereres
O motivo de meu lamento
O meu medo de não me teres
E que eu caia em esquecimento,

É de suas caricias que tenho vontade
De seus lábios sou tão sedento
Se não te vejo morro de saudade
E rogo seu nome ao vento

Eu quero a chave da tua porta
E não me importa oque eles dizem por aí
E quero agora e não demora
E não duvide que vá conseguir

Você sempre foi o que mais quis
Mas nunca fui quem você quer
Então vem cá, vem ser feliz
Que pra sempre vou te amar
Se o ‘sempre’ não acabar.

domingo, 3 de março de 2013

Meu poema

arte de salvador dali

Sou a cura do teu tédio
E da tua solidão
A dose certa de remédio
Misturado com paixão

Sou a fuga da vida real
E de tua euforia
Sou tua droga surreal
Sou tua poesia

Sou e não sou teu amor
Mas se tive qualquer dor
 Posso ser tua morfina

Posso te livrar da sina
Posso resolver seu problema
É só querer ser meu poema.

O poeta é um fingidor


O legal da poesia é ser tudo mentira
Pode ser histeria
Pode ser ira
Pode ate ser verdade
Mas é sempre falsidade
É sempre mentira
E o que mais seria?
Talvez algum lamento
Um simples sentimento,
Mas essa irrealidade toda cheia de simetria
É nada mais do que a mais real e pura poesia